Crítica ao Filme "A Cabana"

Assisti ao filme A Cabana nessa semana. Há muito tempo tinha lido o livro. Considero um bom filme para assistir. Principalmente para aqueles que se interessa por religião, sofrimento, sentido da vida, etc. Quem não gosta de drama, não recomendo. Em relação à idéia cristã de Deus que o filme tenta passar, posso dizer que supera bastante as idéias das igrejas novas evangélicas (neo-pentecostalismo) e do devocionalismo católico. Assim, também, com as idéias mais correntes do espiritismo (‘superar’ pode ser problemático aqui, mas, por enquanto, deixo essa palavra).

Quero deixar claro aqui que não falo dos instruídos nas doutrinas cristãs, mas da população em geral, que pouco ou nada tem de acesso as idéias mais substancial da mensagem cristã.

O que acaba por trair a mensagem cristã no filme parece justamente ser a certeza que o pai tem ao ver a filha em uma espécie de céu. Poderíamos levantar aqui diversas questões sofre isso. Porém, o que me chama atenção é que a vida real não dá a possibilidade de ter a certeza do paraíso celeste. Ou seja, o pai que perde uma filha com uma bala perdida, por exemplo, não tem essa ‘graça’ de ver sua filha feliz ao lado de Jesus. Tal pai, sendo cristão, tem fé e esperança, mas não certeza.

Quando o ‘Papai’ (Deus Pai) diz que não existe vida sem dor, dá um passo significativo para entendemos a mensagem cristã na luta contra o mal no mundo. Porém, o próprio amor gera dor. Logo, o que se tem pregado por ai em diversas igrejas é a negação da própria mensagem cristã. Todavia, isso é assunto para outro artigo.

Por fim, recomendo o filme. Não irei comentar mais para não antecipar para aqueles que não assistiram ainda. Em questões da doutrina cristã católica tem diversos pontos divergentes, mas não deixa de apresentar questões humanas significativas. Para as pessoas mais sensíveis, apegadas as formulas tradicionais da religião e de Deus, pode haver resistência. O que recomendo é que se mantenham nas questões humanas de busca de significado.


Claro que o filme acaba por manter um estilo romântico e sentimental, próprio de nossa época. É melhor focar nas questões que movem o filme do que nas respostas proposta por ele. Quem dera se fosse possível grupos cristãos sentarem e discutirem as questões apresentadas pelo filme, mas infelizmente hoje parece que é melhor acreditar em um Deus que seja solução para todos os problemas. 

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