A Inveja: o demônio na Vida Religiosa
Na Vida Religiosa tem tal demônio?
Sim. Na verdade, ele está em todos nós. Sempre à espreita. Somente manifestando
quando se sente desconsiderado. E tal situação emerge depois que se instala o vício
da busca de elogio. O religioso desatento – sem reflexão e oração – cai nisso
com facilidade. Como se sabe, diante do público – leigos, e aqui se entenda ‘leigo’
mesmo, aquele que pouco sabe – os religiosos são acolhidos e elogiados por
qualquer coisa. Muitos dizem que é o carinho do povo e que se trata do acolhimento
daqueles que são ministros do senhor. Será mesmo? Não, nem sempre. E se poderia
dizer: quase sempre não. O religioso que tem consciência de si sabe muito bem
dos perigos dos elogios e das ‘boas mesas’. Porém, o desavisado....
Não precisa de esforço para perceber
em muitas igrejas, congregações, e dioceses, a presença do ‘tinhoso’ (artimanha
do comportamento de inveja). Basta um padre ou religioso fazer sucesso (e
sucesso hoje aos olhos do mundo é ‘insucesso’ ao Reino de Deus) que se inicia o
‘pampeiro’. Na realidade, esses contextos de conflitos ‘fraternos’ não se dão
no campo do Evangelho – como aquele de Paulo e Pedro, pois essas seriam bons –
mas acontecem mesmo é na ‘calçada da fama’, ou seja, longe da Boa Nova. Multidões
ou um grupo de pessoas reunidas pode ser terreno fértil para brotar ‘ele’. Mesmo
que o religioso fale de Deus o tempo todo durante sua pregação, se não tomar
cuidado, cairá sobre o domínio do orgulho. E o fruto, como vimos, é a inveja, a
tristeza, a vingança, etc.
Qual a saída para Vida Religiosa hoje nesta
situação? Lembro de Francisco de Assis. Ele passava a maior parte do tempo em
lugares ermos com os irmãos ou sozinho. Como também advertia os frades para não
desejarem os cargos de prelados. E isso porque ele sabia que tipo de barro
somos feitos. A melhor atitude que alguém pode tomar quando começa a ser por
demais elogiado, por mais que o mereça – ou não –, deve ser de se retirar de
cena e jamais querer permanecer sempre na mesma função. Quantos religiosos
doentes vemos hoje. Alguns mesmos ‘famosos’ conhecidos de todos, devido e falta
de consciência, adoeceram. É não há dúvida que vemos hoje muita inocência de religiosos
e religiosas da psicologia humana, principalmente da própria. O primeiro passo
para se tratar da doença e reconhece-la, fazer o diagnóstico e procurar a ‘medicina’
necessária para cada caso. Para os diversos carismas a cura está no Evangelho
de Jesus Cristo: “Aquele que deseja ser o maior, seja o servo de todos”. E para
terminar... ninguém, ninguém mesmo, está imune ao pecado de inveja.
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